sexta-feira, 8 de junho de 2012


Na arte da descoberta, descobri que é possível não morrer de tanta falta de ar. Aquele completo céu refletido naquelas pequenas órbitas azuis espelharam o todo completo do universo. Meu ar foi retirado aos poucos, sem piedade, assim como se retira o ar em aparelhos de compressão. Enquanto fecho  meus olhos,  relembro aquele universo refletido, sentindo no peito um par de mãos a me sufocar. Sinceramente, não sei quando voltarei a respirar. Aliás, não sei como se pode sentir saudade de um reflexo (tão azul quanto o céu e o mar...). Aliás, não sabia que por saudade se suprimia o ar. 
Eu, nesta minha rudeza de ser, nem sei descrever com a poesia que se merece o causo* em questão. Como não bastam os olhos fechados que por teimosia viram, tenho em mim um coração endurecido que nem mesmo consegue descrever em palavras algo que de leve o tocou.. seria mesmo leve?, ou a teimosia persistente não permite que dê outro nome para ISSO além de falta de ar... ai, quanta rudeza... -e aqui em terceira pessoa digo: a única certeza que lhe ronda é que não sabe quando voltará a paz daqueles momentos de olhos fechados que se negam a ver o céu refletido em pequenas órbitas azuis...

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