terça-feira, 26 de junho de 2012

É, é verdade. Estou vivendo, simplesmente, o momento mais difícil da minha vida. E como todos aqueles que passam por momentos como este, tenha a impressão de que nunca vai melhorar. E olha que tento me concentrar no eu, na minha yoga, nas minhas músicas, no meu trabalho, nos meus estudos, mas não tenho como negar, etá difícil, viu... O dinheiro sumiu, minha paciência sumiu, e entre outras coisas, outras coisas aconteceram... Eu enxerguei, eu senti, eu quis... Pra ajudar, eu enxergo, eu sinto, eu quero...
Um turbilhão de pensamentos passa pela minha mente. Uma falta de ar toma de assalto meus pulmões. Lágrimas rolam de meus olhos sem piedade. Enquanto isso, eu espero. Percebo, porém, que preciso ir à luta, mas confesso que não se nem por onde começar. Eu quero, eu posso, eu sei. O que não sei é por onde começar. Não estou enxergando nem uma janelinha que me permita observar uma paisagem acolhedora... Não posso negar que estou assustada, nem que estou esperando enxergar uma luz no fim do túnel. Enquanto isso vou aprendendo a lidar com o sentimento nascido da órbita azul da cor do céu...

sexta-feira, 8 de junho de 2012


Na arte da descoberta, descobri que é possível não morrer de tanta falta de ar. Aquele completo céu refletido naquelas pequenas órbitas azuis espelharam o todo completo do universo. Meu ar foi retirado aos poucos, sem piedade, assim como se retira o ar em aparelhos de compressão. Enquanto fecho  meus olhos,  relembro aquele universo refletido, sentindo no peito um par de mãos a me sufocar. Sinceramente, não sei quando voltarei a respirar. Aliás, não sei como se pode sentir saudade de um reflexo (tão azul quanto o céu e o mar...). Aliás, não sabia que por saudade se suprimia o ar. 
Eu, nesta minha rudeza de ser, nem sei descrever com a poesia que se merece o causo* em questão. Como não bastam os olhos fechados que por teimosia viram, tenho em mim um coração endurecido que nem mesmo consegue descrever em palavras algo que de leve o tocou.. seria mesmo leve?, ou a teimosia persistente não permite que dê outro nome para ISSO além de falta de ar... ai, quanta rudeza... -e aqui em terceira pessoa digo: a única certeza que lhe ronda é que não sabe quando voltará a paz daqueles momentos de olhos fechados que se negam a ver o céu refletido em pequenas órbitas azuis...

terça-feira, 5 de junho de 2012



Um dia ela simplesmente olhou para o lado. Olhou e viu. Estava lá. O irônico é que já não acreditava mais que veria. Mas, a verdade é que quem tem olhos um dia enxerga, mesmo passando muito tempo se negando a olhar. Afinal, os olhos foram feitos para ver, ou não?!
O problema é que ela não estava preparada para ver. Aliás, passou tanto tempo de olhos fechados que esqueceu se há, ou não, meios de se preparar para ver. 
No exato momento de ver um calor invadiu sua alma e um sorriso brotou em seu rosto. Ela tinha esquecido como era este sentimento de mornidade ver. A paisagem era assim do tipo perfeitinha: um sol quentinho, um rio cristalino, arvores fornecendo sombras, gramas fofinhas para sentar e descansar. Tudo assim, gostosinho, cheio de melodias. Até borboletas sobrevoavam o local.
O sentimento de ver foi tão surpreendentemente bom que ela acreditou. Como ela se deixou deslizar assim é algo que se pergunta até agora. Mas acreditou e sorriu.
Porém, piscou e naquele segundo a visão sumiu, restando somente a lembrança da visão que permanecerá até se tornar um esquecimento...